terça-feira, 19 de abril de 2011

Brasil apresenta elevação em ranking de TI

Os investimentos recentes feitos na área de tecnologia da informação (TI) por parte do governo federal e as projeções de crescimento de 13,1% de aportes no setor, equivalente a US$ 39 bilhões, neste ano, foram os principais fatores que promoveram a elevação de cinco posições do Brasil no ranking do Relatório Global de Tecnologia da Informação 2010-11, divulgado no World Economic Fórum, em Nova York (EUA). Na América Latina, segundo a consultoria Gartner, a soma dos investimentos em TI das empresas na América Latina atingirá US$ 296 bilhões em 2011, cifra que deve crescer 27,7% até 2015, quando deve totalizar US$ 378 bilhões. Conforme a consultoria, o Brasil terá pela maior parcela do montante total, uma vez que conta com a organização de megaeventos como a Copa do Mundo em 2014 e Olimpíadas em 2016.
Para Roberto Mayer, vice-presidente nacional de Relações Públicas da Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação (Assespro), as projeções do estudo americano retratam de maneira fiel a realidade do empresariado brasileiro. "É um panorama bem próximo ao que as empresas atuam. Apesar de existirem alguns gargalos, como questões voltadas à tributação e marco regulatório, o País vive um momento de crescimento recorde neste ano e pode ser exponencial nos próximos", diz.
No relatório, o País subiu cinco lugares e figura na 56ª colocação no ranking, entre 138 posições. A Suécia (1ª) e a Cingapura (2ª) continuam nos primeiros lugares. Os países nórdicos e Tigres Asiáticos confirmam sua liderança na adoção e implementação de avanços na área de TI para sustentar o crescimento e desenvolvimento. A Finlândia pula para o terceiro lugar, enquanto a Suíça e os Estados Unidos estão inalterados em 4º e 5º lugares. O 10º aniversário do relatório analisa o potencial da TI para transformar a sociedade na próxima década por meio da modernização e inovação. O setor empresarial inovador do País lidera o ranking de TI no Brasil. Os investimentos no setor como item presente na agenda governamental de desenvolvimento e crescimento também favoreceram a ascensão. Apesar do pequeno avanço brasileiro, o desenvolvimento e inovação da TI e os avanços do setor privado em geral ainda sofrem com a baixa qualidade do ambiente do mercado e do marco regulatório. O preparo da população brasileira para adotar a TI também está abaixo do esperado. "Às vezes nos esquecemos de valorizar os nossos indicadores positivos. O Brasil é muito pródigo em soluções voltadas para eleições e aplicações de softwares na Receita Federal, por exemplo. O nordeste tem apresentado crescimento interessante em TI, na parte de logística e infraestrutura. Temos que trabalhar em conjunto com o setor público e a sociedade de maneira colaborativa para alcançar novos patamares de crescimento", explica Geraldo Trigueiro, diretor sênior de vendas para o setor público da Oracle do Brasil.
A empresa, presidida por Cyro Diehl, organiza amanhã o 1º Fórum de Governo, em Brasília (IDF), sobre soluções para a gestão pública. A empresa pretende discutir os desafios que as instituições do governo enfrentarão nesta década. A empresa vem realizando este trabalho junto à 1.500 organizações governamentais no mundo. Com a inclusão de um número recorde de 138 economias, o relatório é um dos mais importantes em avaliação internacional do impacto de TI no desenvolvimento e competitividade das nações. A edição do 10º aniversário do relatório adota o tema de Transformações 2.0 para explorar as transformações futuras da TI e o impacto nas pessoas, empresas e governos nos próximos anos. Desde o primeiro relatório, o volume de informações na sociedade digital cresceu de maneira surpreendente.

Impacto:
Para medir o impacto da tecnologia da informação e essa revolução de dados, o relatório acompanha o lançamento de uma plataforma para compartilhar informações e oferecer ferramentas para explorar o impacto da tecnologia de informação em várias áreas socioeconômicas. "A TI e, especialmente, a internet mudaram o mundo e as nossas vidas devem passar por transformações ainda mais rápidas no futuro", afirmou Soumitra Dutta, professor da Roland Berger de Negócios e Tecnologia da empresa Insead, e editor conjunto do relatório. "No início dessa segunda década do Relatório Global de Tecnologia da Informação a nossa intenção é de continuar informando legisladores e líderes dos setores público e privado por meio de uma base de referência e ferramenta única, abordando os desafios e oportunidades das transformações 2.0", concluiu.
"A inovação e a TI são fatores importantes para o crescimento no longo prazo que oferecem incontáveis benefícios econômicos e sociais e a capacidade de melhorar a vida de todos", afirmou Alan Marcus, diretor sênior e chefe de Tecnologia de Comunicação e Informação do World Economic Forum. "Os países estão integrando novas tecnologias e aproveitando da revolução de dados em suas estratégias de crescimento, criando plataformas para economias competitivas e robustas no futuro", acrescentou.
O Índice de Tecnologia da Informação (ITI) é baseado em dados no domínio público, de instituições e profissionais do setor de viagens e turismo e nos resultados da Pesquisa de Opinião de Executivos, uma pesquisa anual de grande alcance desenvolvida pelo World Economic Forum, em conjunto com seus institutos parceiros (principais institutos de pesquisa e organizações comerciais) nos países analisados no relatório. A pesquisa entrevistou mais de 15 mil executivos e produz dados inéditos a respeito de vários aspectos qualitativos para avaliar o preparo tecnológico de cada nação.
O ranking TI e acompanhado por contribuições de acadêmicos e profissionais explorando as transformações 2.0, a economia emergente da Internet, as comunidades nascendo em volta das vias digitais, o impacto da TI na redução de pobreza, a localização 2.0, o potencial de serviços bancários móveis no mundo emergente, entre outros assuntos.

Fonte: DCI - Diário do comércio, indústria e serviços

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